quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Boa noite, cara senhora. Cá estou eu. Sigo-te há muito tempo, mas nunca tive coragem de me aproximar. Acompanho-te todos os dias, com tua habitual maneira de se queixar.
Toda manhã, ao acordar, levanta tua imagem carrancuda da cama e já começa a reclamar da pasta de dente que caiu na roupa limpa. Ao sair de casa, maldiz as pessoas que encontra. Talvez porque julgue a vida delas melhor que a tua, talvez porque sinta prazer ao fazê-lo. Não lembras, senhora, que cada um possui a vida que merece e a cruz que lhe cabe carregar. Problemas todos têm.
Eu e meus companheiros costumamos observar cada pessoa, diariamente. Quantas decepções já tive ao ver miseráveis e injustiçados sorrindo ao nascer do sol e matutando planos quase irrealizáveis de felicidade. E pior que isso; alguns se realizavam!
Mas eis que te encontro, assim, ao acaso. Lembro como se fosse ontem. Brigavas com teus amigos por não terem soluções para tuas reclamações. Fazia-te de coitada, lamentava, chorava e enchia a vida daquelas pessoas, momentaneamente, com teu rancor.

Muitos te estenderam a mão. Emprestaram-te dinheiro sem esperar que devolvesse – o que realmente não fizeste – e não reclamavam em ouvir tuas grosserias. Mas a senhora sempre queria algum motivo para reclamar. Procuraste tanto um motivo pelo qual lamentar a vida, que percebi que eu seria o melhor! Gritaste tanto a “DESGRAÇA!”, que ela veio até mim; e num acordo geral, decidimos que era hora de me aproximar.

Assim também aconteceu com tua velha amiga. Aquela lá... a rica... não sabia como gastar dinheiro senão com futilidades. Ela sim era um grande exemplo! E eu tive o prazer de estar com ela por valiosos cinco anos. Esquentava o telefone dizendo às amigas como a vida era tediosa e infeliz. Teve depressão por uns tempos, mas novamente, decidiram que eu deveria me encarregar daquela situação.

Na cama do hospital, gastou dinheiro pedindo aos médicos que me mandassem embora.
Só assim para um lugar de cura receber algum centavo da amargurada... Mas de que adiantava gastar tanto dinheiro se ela mesma nunca fez nada para que eu saísse? Nunca me enfrentou... Sempre buscou me alimentar, enchendo o peito pra dizer que eu era a razão de seu maior problema. Que ela desistiria da vida por minha causa! Que honra a minha! Com aquele agrado, decidi atender ao pedido dela; tirei-lhe a vida de que tanto reclamava.
Agora estou aqui ao teu lado.

Não vai enfrentar-me, vai?

Ah! Esqueci de apresentar-me.

Muito prazer, meu nome é Câncer.




quarta-feira, 11 de agosto de 2010



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Primeiro estabelece a ti mesmo no caminho,
Depois ensina aos outros,
E assim derrotarás o sofrimento.
Para corrigir o desonesto
Terás que primeiro fazer uma coisa difícil
Corrigir a ti mesmo.
Tu és o teu único mestre.
Quem mais?
Subjugue a ti mesmo
E descobre o teu mestre.
(Dhammapada)

Is written















My own sure.

quarta-feira, 16 de junho de 2010


Senhora do céu e da noite, salpicado por estrelas, guardadora de nossos sonhos e visões.
Mostra-me como transformar sonhos em realidade e como viver bem a minha verdade.
Ensina-me a usar minha força de vontade para recuperar meu antigo poder.
Revela minhas facetas de sombra e de luz para assim alcançar a totalidade.
Mãe, ensina-me a ouvir minha voz interior, silenciando o turbilhão da mente e escutando o teu chamado no pulsar do meu coração.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Uma sensação amiga retorna estes dias.
Quero ver, quero estar lá. Compartilhar com a imensa família a graça de nosso lar.
Entusiasmados, olharíamos ao redor. Tantos frutos no jardim, tantas cores no céu!
Apenas um sonho, um breve dejavú...


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Rosa


"Sempre houvera, no planeta do pequeno príncipe, flores muito simples, ornadas de uma só fileira de pétalas, e que não ocupavam lugar nem incomodavam ninguém. Apareciam certa manhã na relva, e já à tarde se extinguiam. Mas aquela brotara um dia de um grão trazido não se sabe de onde, e o principezinho vigiara de perto o pequeno broto, tão diferente dos outros. Podia ser uma nova espécie de baobá. Mas o arbusto logo parou de crescer, e começou então a preparar uma flor. O principezinho, que assistia à instalação de um enorme botão, bem sentiu que sairia dali uma aparição miraculosa; mas a flor não acabava mais de preparar-se, de preparar sua beleza, no seu verde quarto.
Escolhia as cores com cuidado. Vestia-se lentamente, ajustava uma a uma suas pétalas. Não queria sair, como os cravos, amarrotada. No radioso esplendor de sua beleza é que ela queria aparecer. Ah! sim. Era vaidosa. Sua misteriosa toilette, portanto, durara dias e dias. E eis que uma bela manhã, justamete à hora do sol nascer, havia-se, afinal, mostrado."
(Antoine de Saint-Exupéry)